Por Ana Martins
Empreender sendo mulher no Brasil é mais do que abrir um negócio: é conciliar múltiplas jornadas, lidar com pressões sociais, superar crenças limitantes, assumir riscos e ainda cuidar de si, quase sempre por último. O que pouca gente vê é que por trás dessa força está um cérebro em sobrecarga, tentando equilibrar emoções, tomada de decisão, autocobrança e performance.
A neurociência aplicada ao comportamento humano nos ajuda a compreender como esses desafios impactam diretamente as funções executivas do cérebro como o foco, o planejamento, a regulação emocional e a criatividade. O excesso de estímulos, a constante necessidade de validação e a insegurança, muitas vezes herdada de padrões culturais, geram um desgaste silencioso que pode levar à procrastinação, ansiedade e bloqueios internos.
Mas há um caminho de autoconsciência e transformação. A neuroplasticidade, capacidade que o cérebro tem de se reorganizar, mostra que é possível reprogramar padrões, desenvolver autoliderança e criar estratégias mentais que sustentem uma rotina empreendedora com mais clareza e leveza.
Mulheres que empreendem precisam mais do que técnicas de gestão: elas precisam de ferramentas emocionais e cognitivas. Saber como o cérebro responde ao medo, à comparação, ao fracasso e até mesmo ao sucesso é essencial para sustentar seus projetos sem se perder de si mesmas no processo.
Aplicar a neurociência no cotidiano empreendedor é um ato revolucionário. Significa alinhar ciência, autocuidado e propósito. E, acima de tudo, lembrar que cuidar da mente não é luxo. É base. É raiz que sustenta o voo.
